domingo, 30 de maio de 2010

Imin Matsuri 2010

Imin Matsuri 2009. Créditos: Tadaima!

Quem gosta de cultura japonesa e mora em Curitiba, agendas a postos: vem aí a 20a edição do Imin Matsuri (Festival da Imigração Japonesa).
Juntamente com o Hana Matsuri (Festival das Flores, que ocorreu em Abril), o evento faz parte da programação anual de todo curitibano aficcionado pelo Nihon. Um dos principais destaques dessa edição do Imin é o concurso Miss Nikkey Paraná, que começa às 19 horas do dia 19 (sábado). O festival, que acontece nos dias 18, 19 e 20 de Junho no Centro de Exposições do Parque Barigüi, também conta com suas atrações tradicionais: a área gastronômica - com mais de 60 pratos típicos -, a feira de artesanato e uma extensa programação de atrações culturais e artísticas. E os fanáticos por futebol não precisam se preocupar: o Imin contará com telões para a transmissão dos jogos da Copa.


Serviço:
XX Imin Matsuri 2010
Data: 18, 19, 20 de Junho
Horário: 18 (sexta-feira) - 18 às 22 horas; 19 (sábado) - 11 às 22 horas; 20 (domingo) - 11 às 20 horas
Local: Centro de Exposições do Parque Barigüi
Ingressos: 18 (sexta-feira) - entrada franca; 19 (sábado) - R$5,00*; 20 (domingo) - R$5,00*
*Crianças menores de 12 anos e idosos com mais de 60 são isentos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Câmara dos deputados aprova Ficha Limpa

Por Daniella Bittencourt Féder


Conseguir exercer nosso direito à democracia não deveria ser uma vitória, mas infelizmente é

A Ficha Limpa é um projeto de lei que prevê que políticos com débitos na justiça não possam concorrer às eleições. A lei já existe para concorrentes à cargos públicos, mas ainda não para o eleitorado. Permitir a um sujeito com processos ativos contra si que concorra a eleições para representar o país, na minha opinião, é só mais uma sujeira.
A petição Ficha Limpa teve uma mobilização online incrível, através do site www.avaaz.org. Qualquer movimento que pede mudanças sociais, políticas ou econômicas no país deveria ter uma movimentação real significante, e não virtual. Mas não posso deixar de ficar feliz pela Câmara dos Deputados ter aprovado a Ficha Limpa. Eu era só mais uma que não acreditava que o projeto não tinha apoio político o suficiente para passar pela Câmara, e fui positivamente surpreendida. Mas, calma lá, ainda tem chão pela frente: a Ficha Limpa fez as malas ontem para visitar o Senado e, se conseguir passar por lá também, segue para o poder presidencial.
A internet é uma ótima ferramenta para mobilização coletiva, e talvez deva ser usada mais frequentemente para o Brasil correr atrás da conquista real da democracia. É, os tempos são outros...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Documentário sobre Atlântida

Por Daniella Bittencourt Féder



O André Gomes, que já escreveu no Atualize, indicou um documentário muito interessante sobre descoberta de ruínas que podem ser a Atlântida. O documentário compara os relatos de Platão sobre a cidade perdida com uma antiguíssima - e magnífica - construção encontrada em Creta.
Ele passou no The History Channel, mas está em exibição no Youtube, dividido em cinco partes:

terça-feira, 4 de maio de 2010

Solidariedade no Hospital Pequeno Príncipe

Por Daniella Bittencourt Féder


A companhia dos voluntários é o momento mais gostoso do dia-a-dia das crianças no hospital

No início do século XX, em pleno cenário de Primeira Guerra Mundial, um grupo de mulheres curitibanas decide criar um centro de atendimento de saúde para crianças. Assim feito, nos anos 70 o local foi consolidado como o Hospital Pequeno Príncipe, que hoje faz parte do grupo dos maiores e mais renomados hospitais pediátricos da América Latina, contando com um dos trabalhos de voluntariado com crianças mais respeitados no Paraná. O trabalho solidário realizado pelos voluntários é de extrema importância tanto para o hospital quanto para as crianças internas e, comprovadamente, contribui para a melhoria delas.

A criança interna vive em um círculo social bastante limitado dentro do hospital, do qual fazem parte, basicamente, médicos, familiares, outras internas e seus familiares e o voluntário, o agente social que tem o papel de descontrair e divertir a criança, numa relação de pura e simples amizade. Além disso, ele a auxilia no que for preciso para que o período de internação pareça mais leve. Há, inclusive, uma área de diversão dentro do hospital que só é utilizada quando pelo menos um voluntário acompanhando: a brinquedoteca. “Lá é o lugar mais legal, porque dá pra brincar com as outras crianças e fazer um monte de coisas. E todo mundo vai lá”, diz o pequeno Nicolas, de seis anos, que ficou internado no hospital durante três meses, vítima de uma pneumonia. Ele diz que, se for para voltar, só quer ficar na brinquedoteca.

Enquanto os médicos são presentes quando para a realização de exames (ah, o medo de injeção!) e a família os incentiva – aos olhos da criança, é simples assim – os voluntários têm (e mantêm) a posição de diverti-las. Contam “historinhas”, brincam, levam brinquedos e jogos, conversam... Nada que os médicos e familiares também não façam. A diferença é que os voluntários não têm qualquer tipo de “intenção médica”, ou seja, não pedem às crianças que façam exames, não explicam que eles são necessários para a melhora delas, não as distraem para que elas não se assustem ou se impressionem ao serem observadas. O momento entre os dois é um momento tranquilo e gostoso distração do ambiente hospitalar.

A procura pelo voluntariado é tamanha que há uma imensa fila de espera para quem quer participar do projeto. Luiza, que veio de São Carlos para estudar psicologia em Curitiba conta que teve sorte: “Quando fiquei sabendo do Hospital Pequeno Príncipe, vim ver se podia ser voluntária. Dois dias depois eu já estava trabalhando aqui”.

Às segundas-feiras o Pequeno Príncipe recebe o grupo de palhaços “A Trupe da Saúde”, que visita todas as crianças, uma a uma. Dentre os muitos papeis que representa, o favorito delas parece ser os “Loucologistas”, médicos atrapalhados que , como eles mesmos dizem: “levam a terapia do riso para os pacientes”.






Chorões e chorinho

Por Gislaine Cristina da Silva

Saxofonista curitibano Ari Lunardon integrou a orquestra de Roberto Carlos e recebeu elogios de Clodovil


Aos 69 anos, o músico Ari Lunardon tem muito o que contar. Curitibano, é um dos melhores saxofonistas de todo o Brasil e considerado um dos melhores intérpretes de chorinhos.
Uma de suas atuações mais marcantes foi na orquestra de Roberto Carlos, onde permaneceu por oito anos. Hoje, quando não está com seu saxofone, é possível encontrar Ari Lunardon passeando por ruas e praças públicas de Campo Largo, na Região Metropolitana, com o intuito de relembrar sua infância, as brincadeiras, as pessoas que fizeram parte de sua vida. Observador, consegue perceber todas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos e as descreve com perfeição. Não se trata apenas de nostalgia, mas da lembrança de tempos passados.

Sua vida como músico iniciou aos nove anos de idade, quando morava com sua mãe em um colégio do Estado, no bairro Campo Comprido, em Curitiba, através do intermédio de um professor português. Ari toca saxofone alto e barítono. A relação com a “terrinha campolarguense” surgiu pelo fato de que seu pai possuía uma pedreira na cidade, na localidade hoje conhecida como Guabiroba.

Ari Lunardon conta que um dos melhores momentos ocorridos em sua vida nos últimos anos foi a sua participação especial na festa de bodas de ouro de seus primos, o casal Celma e Atílio Gionédis. “Eu estava fazendo show em Santa Catarina. Recebi o convite e em primeiro instante, não poderia participar do evento. Mas no dia da cerimônia das bodas de ouro e a poucas horas da festa, resolvi cancelar a apresentação e pegar a estrada”, conta. De acordo com o saxofonista, seus familiares que estavam presentes na cerimônia jamais o viram tocar. “Resolvi pegar o saxofone e fazer uma surpresa. Afinal, era uma ocasião especial”, ressalta.

O músico não participou da cerimônia, mas esperou por todos em um coreto, localizado em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade, na Praça Atílio de Almeida Barbosa, em Campo Largo. “Quando todos saíram, comecei a tocar e me aproximei de uma Limosine que aguardava meus primos. Todos ficaram emocionados, modéstia à parte”. Também não era para menos que os presentes ficassem emocionados, já que Ari Lunardon tocava a música Fascinação, de Elis Regina.


Paixão



A paixão pela música é visível em todas as frases e discursos de Ari Lunardon. Além de integrar a orquestra de Roberto Carlos, já atuou na orquestra Tabajara, do Maestro Severino Araújo. Também já integrou a banda de música na Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica e Infantaria de Guarda (EOEIG), criada em 1957, onde serviu durante 25 anos. Participou das gravações do extinto “Clodovil em Noite de Gala”, programa apresentado pelo polêmico e irreverente Clodovil Hernandes, na Central Nacional de Televisão (CNT). “Guardo a gravação de um dos programas em que Clodovil elogia meu trabalho. Afinal, não é sempre que se recebe um elogio deste porte”, diz. As gravações do programa que reunia entrevistas, musicais e desfiles, além de debates eventuais sobre os assuntos do noticiário geral, aconteciam na Ópera de Arame, um dos principais atrativos turísticos de Curitiba. “Já toquei ao lado de muitos músicos renomados, entre os quais, Raul de Souza, que também participou da banda da Aeronáutica”, diz. Raul de Souza é considerado um dos maiores trombonistas do mundo e um ícone da música instrumental brasileira.

Lunardon lembra também dos momentos que viveu no Baile da Saudade, que abrilhantou o programa comandado por Francisco Petrônio. Premiado pelo talento com a música, Ari Lunardon fez parte de uma orquestra que acompanhava Aguinaldo Rayol; da Orquestra do Sistema Brasileiro de Televisão - SBT “Silvio Santos”; Orquestra do Maestro Roberto Gagliard, Orquestra Carinhoso; Orquestra Sinfônica do Paraná e muitas outras. Próximo a realizar um sonho, Lunardon foi convidado a participar da orquestra Tabajaras, uma das mais famosas do Brasil, criada há 63 anos pela regência do maestro Severino Araújo. Devido a problemas de saúde, não pôde estar entre os mais renomados músicos do país.

Atualmente, Ari realiza shows esporádicos em diversos Estados do país. Há cerca de dois anos, gravou junto ao pianista Waldir Teixeira um disco de chorinho em nova concepção. Como disse o jornalista Aramis Millarch em matéria no Estado do Paraná no ano de 1988, o chorinho feito pelos músicos é marcado por uma linha melódica de difícil execução, com uma harmonia mais avançada e que não fere os ouvidos mais ortodoxos.