terça-feira, 5 de outubro de 2010

Brasileiro ainda receia comprar pela internet

Por Daniella Bittencourt Féder


Os brasileiros ainda hesitam em fazer compras pela internet por falta de confiança. Foi o que mostrou uma pesquisa da empresa de segurança Site Blindado. A pesquisa foi feita com quatro mil internautas de idades entre 18 e 40 anos, e constatou que 30% deles evita o e-commerce.

Comprar pela internet é muito fácil. É cômodo. As lojas virtuais permitem que o cliente tenha acesso aos produtos sem sair de casa. A internet quebra a barreira da distância com alguns cliques do mouse. Não é nada complicado encomendar algum produto de Nova York ou do Japão.

O comércio virtual tem seus empecilhos. O comprador deve arcar com os custos do frete e ter confiança no fornecedor. Afinal, ele é o único responsável pela mercadoria enquanto ela não chega ao destino desejado. Artigos encomendados do exterior estão sujeitos a frete mais alto e taxa de importação.

Há lojas que, para entregar no Brasil, declaram menor valor na nota fiscal – ou pior, enviam uma mercadoria com a descrição de outra – para reduzir os custos com os impostos. Esta é uma prática ilegal, utilizada para diminuir o valor de venda do produto ou somente para aumentar o lucro do vendedor. A alfândega tem regras rígidas, por isso é preciso ter cuidado.

O site www.ReclameAqui.com.br é um espaço que os consumidores têm para se queixar de empresas. As reclamações mais comuns relacionadas a lojas virtuais são sobre encomendas que já foram pagas e não chegaram, extravios, atraso na entrega, dificuldade para trocar mercadorias com defeito ou que chegaram trocadas e mau relacionamento com os serviços de atendimento ao cliente.

Muitas lojas estão adaptando seus espaços de vendas também na web. Uma verdade é que todo comércio virtual deve ter um endereço físico. É somente assim que se consegue abrir uma empresa. Não há como criar e manter um cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) na Receita Federal sem um endereço comercial.

Antes de fazer sua compra pelo computador, é importante verificar o histórico da empresa e checar se ela realmente possui um escritório. Alguns e-commerces são certificados com selos eletrônicos de segurança, exibidos nos próprios sites.

O bacharel em Ciência da Computação Renato Murakami recomenda manter o antivírus ligado ao utilizar o internet banking, para evitar roubo de senhas e demais desconfortos. Também é interessante ir atrás de depoimentos de outras pessoas que usaram os serviços da loja escolhida. Segurança não existe sem confiança. A decisão de comprar pela internet é somente sua.

Não pise no meu piso!

Por Daniella Bittencourt Féder



Você sabia que jornalista ganha mal? No Paraná, o piso salarial dos jornalistas não tem reajuste real há 14 anos. E, como se não bastasse, o sindicato patronal da categoria quer beneficiá-los com extinção do adicional hora-extra, redução de 41% no piso (que cairia para R$ 1.200) para o interior do estado e o congelamento do anuênio. A desculpa é que “os negócios não andam bem”. Cabe essa justificativa a donos de empresas cujos faturamentos cresceram 33% no primeiro semestre deste ano?

O Sindicato dos Jornalistas tem uma pauta de reivindicações – que inclui vale-refeição e adicional noturno -, mas os patrões não mostram interesse por outra coisa que não seja a retirada de direitos dos próprios colaboradores. A profissão de jornalista vem sendo ridicularizada descaradamente pelos donos de veículos de comunicação.

Na quinta-feira, 29, o SindiJor convocou a classe a duas reuniões para discutir a situação. O desapontamento é unanimidade. Foi declarada assembleia permanente e levantada a possibilidade de greve, caso seja necessária uma medida extrema. Uma Comissão de Mobilização foi formada, e está trabalhando na criando ações de manifesto contra o que está acontecendo e na promoção da campanha “Não Pise no Meu Piso”.

A próxima reunião com os patrões está marcada para o dia 18, na sede da Associação das Empresas de Radiodifusão do Paraná (AERP), localizada na Rua Marechal Hermes, 1440, no bairro Ahú. Na ocasião, os jornalistas vão impor suas reivindicações, e convidam a todos para uma manifestação contra o seqüestro de direitos. Jornalistas e estudantes de jornalismo podem (devem!) comparecer.



Os fura-greves
Os jornalistas têm histórico de fura-greves. A última grande greve que aconteceu no setor foi no início dos anos 80. Porém, quando todos os jornalistas que trabalhavam em redações estavam paralisados, assessorias de imprensa enviavam material para encher as páginas dos jornais. Caso haja outra greve, não é improvável que isto aconteça. Hoje em dia, com as facilidades da internet, é muito fácil e rápido fechar jornais somente com matérias recebidas de assessorias de imprensa e agências de notícias – inclusive internacionais.



Mobilizan
“Em Curitiba, Foz e Ponta Grossa, começou na assembleia desta quinta-feira a distribuição do Mobilizan – o remédio que faltava para que os jornalistas acordem da letargia que os domina há anos e reivindiquem com ânimo seus direitos. Produzido pelos laboratórios unidos Sindijor-PR/Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná, o Mobilizan é um fármaco tarja preta sem contra-indicação, que deve ser usado em casos de tratamento desigual, ataque aos direitos estabelecidos; desvalorização da profissão aguda; defasagem salarial crônica; excesso de trabalho; e outras enfermidades sensíveis aos componentes da fórmula” do blog acordajornalista.blogspot.com.

O jornalista ou estudante de jornalismo que quiser iniciar o tratamento com o Mobilizan pode buscar o seu na sede do Sindicato dos Jornalistas, que fica no centro, na Rua José Loureiro, 211 – ao lado da agência da Caixa Econômica Federal.



Twitter
Muito provavelmente, os meios de comunicação comerciais não vão publicar conteúdo comentando sobre o desrespeito aos jornalistas. Como forma de divulgação da campanha Não Pise no Meu Piso, no Twitter foi criada a hashtag #grevedosjornalistas. O banner está disponibilizado no link twitpic.com/2u2d7o, e quem estiver disposto a aderir à empreitada pode utilizar como foto das redes sociais.